O trevo e as flores de um final feliz
Um circuito variado de pistas
estão enumeradas, são mais de mil. e andam por ai nas ruas geográficas de um Portugal já quase marroquino, dentro de caixas de correio deixadas ao acaso.
Ela levantou o auscultador-estetoscópio do meu peito, eu falei:
Escuta, eu quero passar o resto da vida abeirada na ponte japonesa que arqueia ao fundo dos nenúfares, entre aquelas flores híbridas, água cansada no reflexo roxo vivo de sol. É esse o meu lugar, um jardim liquefeito em motins de luz púrpura, uma vida e um só amor, calada no desassossego dos estranhos. Eu tenho uma vida inteira por dedicar, a alguém, a algo. Tantas palavras difíceis que não sei dizer de um modo mais sincero. Ouves-me?
Giverny e os jardins de Monet?
Giverny ao abrigo do teu coração. Giverny. Giverny na ponta dos pés no alto do teu beijo. Giverny nos teus olhos aos pedaços de níquel e purpurina. Eu quero engolir as palavras e morrer em silêncio. Eu não quero mais nada. Quero tão pouco. Entendes-me?
Devagar.
Não. Agora. Para sempre. Tudo. Inequívoco. Sem língua ímpar de sílabas aguerridas a par e passo. Agora. Descalça de boca e mãos truncadas. Compreende.
E eu?
Tu e eu. Nos jardins e na casa que deus fez à semelhança do seu fim.
E morreremos juntas?
Mortas só o que a terra cobrar ao osso e à carniçaria dos bichos.
E o medo, e a solidão, e a ilusão, e a expectativa, e o depois e quando e tanto e antes e se o rio estancar no verdume das rochas desfeitas em palacetes de papel?
Eu voltarei com a chave levada ao peito e a palavra apalavrada de promessa.
Eu voltarei abandonada de solidão no levante dos teus braços.
Eu regressarei para ti. Sempre.
Ela poisou a voz na côncava do meu fôlego e amá-mo-nos aos segredos de nada.
Para sempre é a palavra que a solidão consente.
Aconselhado para todos os tipos de crise. Eficácia comprovada se consumido sem restrições. Pode influenciar o manuseamento de máquinas de escrever, fitas de celulóide e/ou grafonolas.