Mostrando postagens com marcador Vespertino. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vespertino. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de fevereiro de 2009

universo mental particular

há palavras que relaciono com outras pela semelhança da sua sonoridade o que, à partida e sem pensar muito nisso, me faz distorcer o seu significado real. a palavra 'vespertino' é uma delas. quando a oiço a ser dita ou quando a leio, e a verdade é que também a oiço quando a leio, relaciono-a instantaneamente com 'acordar'. imagens relacionadas com a manhã e com o nascer do sol acorrem-me à mente. às vezes estas associações são tão fortes que elas não podem não estar intrinsecamente ligadas ao significado real e abstenho-me preguiçosamente de ir procurar uma definição. talvez seja que a minha relação intuitiva com as palavras me pareça romântica e que, por isso, acabe por aceitá-las como sendo aquilo que imagino e não como sendo aquilo que são. talvez repudie o espartilhamento das definições rígidas quando, para mim, a linguagem é como barro, moldável. o que, compreensivelmente, me fará depois usá-las mal. por sorte, muitas dessas palavras, não são usadas comumente e, portanto, a potencial humilhação que poderia advir daí é um bocadinho menor do que poderia ser. 'vespertino' faz-me lembrar 'espertina' que, por sua vez, me remete para 'despertar'. por outro lado, a capa do álbum da bjork com este mesmo nome, nunca me confrontou com o meu erro, pelo contrário, parecia enfatizá-lo. tudo ali me soava a matutino, uma espécie de espreguiçar, os olhos ainda fechados, o preto e branco mais branco do que preto da imagem, a própria sonoridade, meio sonolenta, meio sonâmbula e até uma música chamada 'aurora' contribuíram para o meu engano.
claro que a primeira coisa que fiz quando a palavra da semana foi 'sorteada' foi ir certificar-me do seu significado, coisa que sempre faço quando quero usar uma palavra da forma mais adequada possível. neste caso, a estranheza da descoberta resultou na incapacidade de relacionar a palavra com o seu recém-ganho 'novo' significado impedindo-me assim de escrever algo que,no mínimo, fizesse sentido.
e foi assim que a minha concepção errada lixou uma semana de posts.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

um primeiro amor vespertino.


«we're changing the order of things.
read to me first, kid. then me make love.»


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O quão óbvio.


Ou acerca da inevitabilidade da simplicidade. O que é bonito colhe-se ainda o fruto está por madurar, pomares por desfechar num vácuo-quase-etéreo de luz, o caramelo da maçã a lume brando antagonizando o capítulo da espera (trocadilho fácil). E quem não espera bichos-da-seda entrelaçados a par e passo com borboletas já desfloradas, ou o pólen derramado nas beiradas da janela entre plim-plims e outras onomatopeias? Uma Mirah vespertina sem gelo nas pálpebras glaciais dos olhinhos. Lirismos à parte, um álbum caixeiro-viajante que roda a agulha na periferia do peito, osso e pele contornados em palavras cruzadas. O esqueleto íntimo de mais uma songwriter que se prosta sem outro serviço que não a locomoção viril (ha!) do amor e do desamor. É só isso.
E agora uma lista de pensamentos desnecessários e vontades-paródias sobre o impacto de (A)Spera: