
Quando me predispus a escrever sobre este álbum ou, melhor ainda, a inaugurar a loja a escrever sobre este álbum, ainda não o tinha ouvido. Achei logo à partida que devia ser bom, que isso era um dado adquirido e que assim não arriscava mais. Para além disso, o pecado capital de que padeço foi metido ao barulho e, desta forma, só tinha de me preocupar em escrever sobre ele em vez de ter que me preocupar com encontrar um sobre o qual escrever.
A responsabilidade é grande. Apresento-me, apresento-nos e apresento-os (ao blog e ao álbum no blog). E oportunamente informo, to whom it may concern, de que é assim que isto vai funcionar desta segunda-feira em diante. Há um álbum escolhido por uma de nós. Há algo escrito por uma de nós directamente relacionado com esse álbum – não necessariamente uma crítica, no sentido lato do termo – e dessa ‘avaliação’, ‘degustação’ ou ‘whatever’ sairá uma palavra-mais-ou-menos-chave. E é dessa palavra-mais-ou-menos-chave que nascerão os posts seguintes, que aparecerão em *pop-pop* (pipoca a saltar no tacho) durante o resto da semana. Semana nova? Álbum novo. And then again. E sempre assim. Até correr mal. Coff.
Estes gajos são impressionantes. Sétimo álbum da sua discografia, Merriweather Post Pavilion, ameaça a aproximação cada vez mais feliz dos Animal Collective à pop. Este é, até à data, o conjunto de canções-mais-canções destes gajos. Ou o conjunto de canções com mais canções-canções. É de festa e de pulinhos, psicadelismo e de momentos 'space-intro', como alguém já chamou (ou se não, fui eu a primeira, e ficou chamado) que este álbum é constituído. Desde o épico inicial 'In The Flowers' passando por 'Daily Routine' que parece um caleidoscópio sonoro a rodar a alta velocidade com momentos de espanto a pausar a vertigem, ou como afinal a rotina diária das gentes pode encontrar correspondência simbólica, aqui. Os Animal Collective são capazes de agradar aos mais variados gostos e é isso que é fixe neles. Outra coisa que admiro e que, neste álbum, encontra representação através da 'No More Runnin'' (já antes tinha feito da 'Banshee Beat' do álbum Feels de 2005, o meu momento 'contemplação-wow' diário) é a capacidade que têm de convencer quando se propõem a psicadelar mais... calmamente. O refrão desta é puro deleite. E, é claro, a identificação com o que eles dizem nas canções às vezes acaba por fazer o resto:
"no more runnin says my mind
all this movement has just proved
your kisses are too fine
it's what i hoped for"
Audível ali em cima, à direita. (Edit: Agora já não.)
Cheers.
high five _o/
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