Alheias à dor passam por nós
As psicadélicas estantes do supermercado
A alta velocidade
Uma paisagem inexistente
Do lado de lá dos limites
De um vidro
Ao pé do vinho
Um efeito curioso faz com que tudo à minha volta
Comece subitamente
A girar
As embalagens forçam o diálogo
Explodem as marcas dos rótulos
Desamparadas caiem estilizadas
As letras ao chão
As frutas batem-se ao acaso
No cestos
Usando como arma de arremesso
As suas próprias cores
Em movimento no ar
Um novelo compacto de indefinição cromática
A luz é um cadeado
Presa lá dentro a chave
As pessoas saiem das rotas e vêm em bloco
Tropeçar em mim
Os olhos baços dos outros coelhos
Os esventrados
Fitam um horizonte invisivel
Olá?
A infância revivida em dois segundos
Poscedentes
Fluorescentes as lâminas de
Cadáveres de peixes
Rodeados de sol
Estou em lado nenhum
Estou sozinha
Se sempre estive não consigo provar que não
Um cartaz garante-me que o preço do pão
Não
Aumenta?
Alguém tira uma cartola de dentro do peito
Oiço dizer que o messias chegou
E é preto
Tantos séculos de espera depois
Uma boca ri
Vários risos embocam
A loucura da esperança
O espalhafato do impossível
Tornado circo
Cobertura televisiva
Inter-planetária
O niilismo é a melhor verdade absoluta
É.
Há 15 anos
espirro monoparental.
ResponderExcluir:P
constipação poliglota.
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